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A inquietação da alma por meio da escrita

"A gente é e nem sabe o porquê, simplesmente, vai sendo. Aprendi com a leitura e a escrita a deixar um pouco de mim em tudo. Sempre achei que as pessoas eram feitas de parte das coisas, de ideias incompletas em processo de construção. Sempre me achei um pouco de tudo e um outro tanto de nada. Com o tempo fui sendo poesia, sendo escrita, sendo dramaturgia e sendo mais um outro tanto de coisas. Minha escrita traz um tanto de mim e um outro tanto de outros que eu desejaria ser. Acho que eu fui sendo assim. Minhas primeiras lembranças de ser artista são ainda de muito pequeno. Fui José no Auto de Natal do pré-primário e dei beijo de novela na minha primeira namoradinha. Na terceira série, ganhei primeiro lugar com um desenho sobre a Independência do Brasil. Escrevi minha primeira peça de teatro na quinta série, uma peça chamada Com Censura e tratava-se de um debate político. Lógico que um debate na visão de um garoto de 11 anos. Sempre tive paixão por livros e pelo cinema e acho que um tanto do que eu sou hoje é graças a essas pequenas experiências da infância. Foi nela que aprendi a ir sendo... sendo gente, sendo menino, sendo amigo, sendo filho, sendo irmão. E eu fui sendo feito assim... com palavras, com imagens, com vontades, com incertezas. O certo é que eu cheguei nessa vida para fazer alguma coisa, então eu fui escrevendo, porque quando a gente escreve, um tanto da gente vai e um outro tanto da gente fica."

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